quinta-feira, 18 de março de 2010

Da minha inquietude



Eu sinto um aperto no peito...
uma força interna que me consome
um delirio de realização que me impulsiona.
falo aqui da minha inquietude, algo que não me deixa ficar parado
algo que eu ainda não sei explicar mas que me empurra pra frente
algo que não me deixa acomodar, me contentar... me dar por certo.
queria decifrar este sentimento, as vezes é ruim não controlar... pior ainda é manter o controle...não entender tudo e apenas se contentar com a certeza da dúvida...
acho que nunca saberei ao certo do que se trata... as vezes só não entendo e isso já é o bastante para me preocupar.
pode ser apenas indignação... insatisfação...pode ser apenas para chamar a minha propria atenção...
Só o movimento de refletir já faz com que todos os dias coisas mudem de lugar...
sei tambem que esta "força" me mostra que não consigo me contentar com menos, porque não mereco menos... porque não desejo menos. Não me refiro aqui do mais ou menos que pode ser calculado e sim do que ainda não inventaram dinheiro que pague.
sei que sinto muita mas muita vontade...de viver... de realizar... de atingir... de conquistar... de amar. Sinto vontade de dar vida a vida.
e se por algum momento eu me acomodar... se por algum momento eu deixar de acreditar nada disso será possível.
sinto vontade ver.. de sentir... de vibrar e se eu desistir vou enrrigecer...
da falta vem a necessidade e a saudade e do atrevimento vem o risco, do risco descabido vem a felicidade. Ah! a tão sonhada felicidade, esta que não esta no óbvio nem no fácil e sim no improvável...
Hoje a felicidade me parece como o horizonte... uma linha imaginária que quanto mais agente se aproxima mais ela se afasta.
Então essa inquietude pode ser boa, mas eu a questiono mesmo assim...
Essa coragem de levantar quantas vezes for preciso e de não desistir persiste e ela me agita, me tira a paciente as vezes, mas me ativa, me mobiliza, me dá energia para continuar...
O caminho só existe quando agente passa por ele...
...então vou seguir nesta corda bamba tentando achar o equilíbrio.

IS

sábado, 13 de março de 2010

Viajar...



Teoria da Viagem - poética da geografia, do filósofo e professor francês Michel Onfray. Ele fala das diferenças entre os nômades (os que precisam estar em movimento) e os sedentários (os que preferem se enraizar), sem fazer juízo de valor, mas enaltecendo, lógico, a importância de partir e de voltar. Uma palhinha:

"O viajante concentra estes tropismos milenares: o gosto pelo movimento, a paixão pela mudança, o desejo ardoroso de mobilidade, a incapacidade visceral de comunhão gregária, a vontade de independência, o culto da liberdade e a paixão pela improvisação".

"A arte da viagem induz uma ética lúdica, uma declaração de guerra ao espaço quadriculado e à cronometragem da existência".

"Viajar supõe o desregramento de todos os sentidos".

"Viajar solicita uma abertura passiva e generosa a emoções que advém de um lugar a ser tomado em sua brutalidade primitiva".

"Há que celebrar prioritariamente o que em nós treme e eletriza, se mexe e se carrega de energia, faz oscilar a agulha do sismógrafo, em vez daquilo que apenas faz o cérebro trabalhar".

"No estrangeiro, nunca se é um estranho para si, mas sempre o mais íntimo".